Uma amiga

Olá pessoal !
Bom, hoje trago para vocês um texto que eu fiz na madrugada de ontem. Geralmente esse tipo de texto eu coloco lá no meu Fotolog, mas esse ficou um pouquinho maior do que eu esperava. Além do mais, ele fala de um episódio maravilhoso da minha vida, então achei legal postar aqui.
Espero que gostem *-*



 Uma amiga

      Eu tinha uma amiga que me completava. Não éramos como dizem nos filmes: amigas inseparáveis, nascidas no mesmo dia, que combinam em absolutamente tudo e ainda se parecem fisicamente. Cada uma tinha sua qualidade, defeito, suas chatisses e sonhos. 
Uma era loira, independênte e um tanto quanto autoritária. Tinha lá suas fraquezas, mas só os íntimos e muito observadores as percebiam. A outra era morena, insegura, frágil e pouco mais carente, apesar de tentar esconder isso ao máximo. Separadas, éramos suficientemente capazes de levar nossas vidas de forma satisfatória. Porém, justas chegávamos a plenitude de alegria e a vida ganhava um colorido mais do que especial.
Brigávamos e tinhamos opiniões contrárias, muitas das vezes, mas não era nada que um apelido irônico seguido de um "eu te amo" não resolvesse. Cada uma tinha a certeza em si de que a outra não era perfeita e que estava longe disso, assim como nossa amizade, cheia de altos e baixos.
        Nos conhecemos de forma tranquila, nada muito fora do comum. Mas apesar disso, não tinhamos ideia da proporção que nossa amizade tomaria.
Éramos simples, completas e perfeitas juntas. Nos abraçávamos e diziamos palavras de carinho uma a outra de forma natural. Mas de forma nenhuma chegávamos a ter aquela amizade melosa e cansativa. Até por que, nunca gostamos disso. Pelo contrário, quando uma começava a chorar por alguma coisa boba que havia acontecido, a outra era a primeira pessoa a dizer "para logo de chorar ou então você vai se ver comigo". Ao contrário das outras amizades onde uma das partes ficaria dizendo coisas fofas na intenção de confortar, mesmo sabendo que não funcionaria. Nós tentávamos ao máximo nos manter firme e de pé porque sabíamos que a dor de uma, acabaria afetando a outra. Mesmo assim, por mais que nos motivássemos , tinhamos nossos momentos de chorar juntas.
      Quando uma falava alguma besteira ou tomava alguma atitude errada, a outra era a primeira a cobrar dela e apontar seu erro, sem nenhuma culpa por estar fazendo isso. Tinhamos a responsabilidade de cuidar uma da outra.
Nós duas desenvolvemos a capacidade de transformar qualquer hora vaga do dia, em um momento especial. Qualquer ida ao centro da cidade para conversar, ou a lanchonete, praças, biblioteca ou, simplesmente, ficarmos sentadas em um parque jogando conversa fora, era um momento único e divertido. Trabalhar, escolher roupas, assistir filme... Coisas simples mas que para nós duas era o que faltava em nossas vidas. 
     Rir era uma das coisas que não faltava nunca, de forma alguma, em nosso dia-a-dia. Tudo era motivo de dar risada e fazer palhaça. Confidentes, companheiras, amigas. 
     Mas infelizmente, quase nada dura para sempre. E com todo esse vai e vem, acabamos nos perdendo em alguma dessas curvas da vida. Por motivos que nem nós mesmas sabemos explicar, nos afastamos quase por inteiro. Com a distância e o passar do tempo, acabamos reparando em falhas enormes em nossa amizade. Falhas que não havíamos percebido antes. Falhas que talvez pudéssemos ter evitado com ainda mais companheirismo ou sei lá o que. 
Nem tudo o que acaba tem final. E esse é um fato. Se essa distância vai acabar ou, ainda mais, aumentar, somente o tempo dirá. 
    Enquanto ele não mata a nossa curiosidade, vamos levando a vida, cada uma a sua maneira. Seguimos relembrando o passado as vezes, com pezar na maioria delas. Seguimos apenas com lembranças. E com a certeza de que, mesmo com todas aquelas falhas que percebemos, voltaríamos constantemente no tempo para reviver cada momento, cada risada, exatamente da mesma forma. Bom, pelo menos eu.

PS: eu te amo

- Mayara Huguenim

Nenhum comentário:

Postar um comentário